Sabe quando você sente um carinho inexplicável por uma cidade? É fácil se encantar com Roma, Paris e as grandes capitais da Europa, mas cidades pequenas também tem um charme único. No caso, me apaixonei por Verona, a cidade de Romeu e Julieta, e nesse artigo resolvi compartilhar meu roteiro de um dia em Verona com vocês.



Verona é uma cidade de cerca de 55.000 habitantes que fica na região Veneto, na Itália. É uma cidade relativamente pequena que guarda muitos traços medievais, o que se constata passeando pelo seu centro histórico e vendo que cada casa e prédio tem uma coloração e estilo semelhantes. O clima é gostoso no verão e frio no inverno, já que a cidade está perto dos Alpes. Além disso, fica perto de Firenze, Milão, Veneza, entre muitas cidades famosas. Mas, com tanta coisa legal no entorno, o que Verona tem a oferecer? Garanto que com esse roteiro vocês vão se apaixonar cada vez mais por essa cidade.



Ficamos hospedados no Novo Hotel Rossi, perto da Estação de trem Porta Nuova, e iniciamos nossa caminhada por volta de meio dia em direção ao centro histórico. Em cerca de vinte minutos, passamos pela monumental Porta Nuova e chegamos à Piazza Bra, onde dá para sentir de verdade o clima de Verona.



A Piazza Bra normalmente é o primeiro lugar visitado por quem vai conhecer Verona e oferece uma ótima primeira boa impressão da cidade, já que oferece o "agito" de uma praça interiorana com monumentos históricos, pontos turísticos e muito mais. Passamos pelos Portoni della Bra e a Torre pentagonal, que por si só já chamam atenção, e nos maravilhamos com o lugar. De um lado, vários restaurantes e pizzarias pintadas com tons coloridos. De outro, um belíssimo jardim ladeado pelo Palazzo Barbieri e, vejam só, a Arena di Verona, um 'mini Coliseu'.



Quando digo que a Arena é "um mini Coliseu", pode parecer uma brincadeira com o fato de a estrutura da Arena lembrar um Coliseu diminuto, mas essa brincadeira tem um fundo de verdade: a Arena di Verona foi criada muito antes do Coliseu e inclusive serviu de inspiração para esse tipo de Anfiteatro. Para conhecer a Arena, é possível pagar o ingresso e fazer um tour ou ainda, se programar para assistir a um dos tantos shows que ocorrem no lugar. O que antes foi palco de lutas entre gladiadores e feras selvagens, hoje é palco de óperas, shows de rock, entre outros eventos.



Depois de almoçarmos na Piazza Bra, seguimos pela Via Manzini - a principal rua da cidade, cercada por lojas de marca e com uma sorveteria deliciosa, a Venchi - até que chegamos numa "bifurcação" que levava ou à Casa da Julieta ou à Piazza Erbe. Os dois pontos turísticos são bem pertinho, mas resolvemos ir primeiro na Casa da Julieta para subirmos na famosa varanda e para eu entregar minha cartinha hehe. Várias pessoas deixam cartas sobre o amor no muro ao lado da Casa da Julieta. Não sei se chega a valer à pena a entrar na casa - que mostra trechos da história e objetos utilizados em algumas versões cinematográficas -, mas é obrigatório passar por lá, deixar sua cartinha e tirar uma foto com a estátua da Julieta - tem que segurar no peito dela para ter "sorte no amor" (de onde que inventam essas tradições?)!



Perto da Casa da Julieta, fica a Piazza delle Erbe e a Piazza dei Signori, duas praças bem diferentes. A primeira, lindíssima, chama atenção pelo conjunto da obra, enquanto a segunda é onde fica a estátua de Dante Alighieri, amante de Verona. É entre a Casa da Julieta e a Piazza delle Erbe que fica a Torrei dei Lamberti, de onde se pode ter uma das melhores vistas da cidade.



Assim como a Arena di Verona e a Casa da Julieta, a Torrei dei Lamberti é uma atração paga - como fomos no 1º domingo do mês, o ingresso de todos os pontos turísticos saiu por um euro, então vale à pena pesquisar. Quem não puder ir na Torre dei Lamberti, pode andar um pouco mais e aproveitar para conhecer o Instituto Don Calabria, em San Zeno. É um pouco mais afastado, mas a caminhada compensa e a vista é deslumbrante.



Depois de tudo isso, por volta das cinco e meia, voltamos até a Piazza Bra e caminhamos mais um pouco em direção ao Castelvecchio, uma espécie de museu-castelo. Trata-se de um castelo (sério?!) que começou a ser construído no final do século XIII e hoje, funciona como um museu, sendo lar de uma rica coleção de esculturas, estátuas, pinturas, artefatos antigos, entre outros.



Era quase oito horas quando voltamos à Via Manzini para pegar um crepe (os crepes italianos são deliciosos!) e observar o movimento noturno da Piazza Bra, que em pleno domingo à noite estava cheia de gente. É claro que eu gostei de conhecer Roma e Veneza, mas achei Verona uma das cidades mais acolhedoras da viagem. Talvez seja aquela ligação, talvez seja o jeito tranquilo e ainda assim interessante da cidade que tanto me conquistou. Ainda pretendo escrever detalhadamente sobre os pontos turísticos visitados, mas espero que com essa postagem eu tenha despertado o interesse de vocês por Verona e que ela seja o destino de uma próxima viagem!