Do Romance da Ciência e da Filosofia


segunda-feira, 1 de outubro de 2012



Começou com uma pergunta no ar, um interesse em comum. Usei do puro raciocínio lógico para tentar resolver o problema, e ela sorriu singelamente com o que eu disse, sugerindo que minha teoria seria mais enriquecida por uma resposta que não fosse tão mecânica. Ela deu sua opinião, e também sorrindo concordei com ela. Nós dois tínhamos sede por conhecimento, tínhamos uma origem em comum, e nossas constantes e afetuosas troca de olhares comprovavam que um completava o outro.

Era uma moça engraçada, algumas teorias estranhas e olhos indagadores. Nosso flerte perdurou o que para mim pareceu mais de mil anos, sem que eu ousasse dizer “para sempre” ao declarar meu amor. Ela acreditava no eterno, eu não. Foi com o tempo que percebi como era irônico alguém de inconstantes incertezas e de uma mutabilidade e temperamento impossíveis de acompanhar fosse acreditar na eternidade das coisas. Foi com o tempo também que os problemas do mundo concretizaram-se como nossos próprios problemas, nosso universo outrora tão grande quase pequeno para comportar os sonhos e os delírios daquela menina.

Ela era um poço de interrogações que eu estava disposto a desvendar. Pouco a pouco, ela começou a brincar comigo, mudando todas as perguntas quando eu achava que de tudo sabia. Ela falava de coisas que eu não entendia, reclamava da minha frieza ao mesmo tempo em que por vontade própria ela se afastava de mim. A chamei de insana, nos desentendemos, debochei das conspirações dela. Por que meu cérebro, tão racional, insistiu que eu me envolvesse naquele profundo mundo de loucuras?

A separação foi inevitável, e à medida que o tempo passava, demonstrava-se mais e mais dolorosa. Por coincidências da vida, reuniões que volta e meia eram programadas por conta de nossas paixões, continuávamos a nos encontrar, muitas vezes de maneira hostil, outras em que eu a abraçava como uma velha amiga. Uma ou duas vezes reconheci naquele olhar distante o magnetismo apaixonado que tantas vezes me encantou, e nesses raros momentos voltávamos a ser o que éramos. Ela dizia que nossos encontros eram predestinados, eu achava que ela procurava minha pessoa de propósito. Acreditando em destino ou não, era naqueles momentos que eu tinha certeza que, de uma forma estranha, ela estaria comigo até o fim dos meus dias.

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Então gente, fiz esse texto personificando (de maneira bem vaga, diga-se de passagem) a Ciência e a Filosofia, insinuando uma espécie de romance. A ideia surgiu quando um professor explicou que essas duas matérias eram como namorados que sempre brigam. Não sei se concordo ou consigo explicar direito essa metáfora, mas que rendeu inspiração para um texto, rendeu! E aí, posto mais textos aqui no blog? Estou pensando em fazer um calendário, para organizar as postagens... Enfim, espero que tenham gostado!

Beijinhos, Vickawaii!

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16 comentários

  1. Usando minha "experiência" de ter feito uma disciplina no curso de letras chamada "leitura e produção textual", te digo que esse texto tem uma proposta bem interessante, mas que não ficou clara. Ele pode ser bem mais desenvolvido, de forma que tua ideia seja bem entendida; o leitor não precisa entender que a ideia é mostrar como a ciência e a filosofia são "opostas", mas sim que um dos personagens representa um lado "racional" e o outro, o lado... sei lá como chamar o lado da filosofia ahuhauh.
    espero ter te instigado a melhorar o texto. beijos!

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  2. MUITO legal, sério, a temática e a escrita tão muito boas!! Eu achei muito bem escrito e gostei do jeito como os "personagens" e suas inter-relações foram descritos. Muito bom mesmo...

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  3. Ficou muito legal o texto e eu adorei a inspiração! Muito boa a história!

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  4. O texto ficou muuuuito bom, flor! Adorei essa metáfora, faz todo o sentido pra mim! rs
    Beijos!!

    Ann
    http://www.vinteepoucos.com.br/

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  5. Haa... gostei demais! Aliás.. gosto cada vez mais do que você escreve! :)
    Acho que a ciência e a filosofia deveriam andar juntas. Mas, acontece que a ciência positivista é muito orgulhosa e quer estar sempre certa o tempo inteiro, apesar de ser cética! :P

    ;*

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  6. Oi! Gostei do texto. Bem escrito, aliás, você leva jeito. Acho sim que você deve continuar escrevendo e postando. Incrível você conseguir inspiração em Filosofia... não gosto da matéria de jeito nenhum, rs.

    Beijos!

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  7. ahauahuauha, realmente acaba sendo um desafio mesmo, é dificil colocar apenas um filme, quando você se lembra de vários ahauhau

    uau!!! não entendo muito de fazer textos e etc, mas o seu é emocionante, com as palavras diferentes e tudo instiga a gente querer ler e ler :D
    adorei a ideia, e realmente rendeu mesmo a aual do professor que você não gosta ahuauah

    beijinhos :*

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  8. Vic! Um dos melhores textos do teu blog senão o melhor! Isto me faz pensar que tanto na ciência quanto na filosofia existe um conceito de união independente de como, por que ou quanto ela vai durar e isso mostra que na realidade não precisamos ter nenhuma razão para nos apaixonarmos, apenas estar junto se a pessoa nos faz bem! PS.: O professor que falou isso é maravilhoso!

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  9. Adorei ♥ o texto ficou ótimo com esse "romance" que foi inspirada na ciência e na filosofia, ficou lindo demais, melhor texto que li hoje ♥
    bjinhos
    conversando-com-a-lua. blogspot.com.br

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  10. Esse texto é uma delícia de ler. Parabéns!

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  11. Olha só, eu penso que tu AMAAAAA esse professor, pois ele te botou pra escrever um texto tão demais, que tu só podes gostar dele(Lembra da Dialética?). Ah, como foi narrado em 1ª pessoa, tu te consideras a Ciência? Teu perfil é mais para a Filosofia...
    Beijocas da titia.
    Estás te superando, hein?

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  12. Curti, escritora! Bem legal. Ta sabendo escrever bem :)

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  13. Gostei do seu texto, vc fez um exercício bem legal de escrita.

    Mas vc é do time da filosofia ou da ciência? ou vc e como uma filha dos dois, nem puxa sardinha pra um lado e nem pro outro.

    Um calendário é importante...acho q vc deve fazer um sim. Ter dia de postar é bom tb...rsrs

    Bjos

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  14. AMEI <3 Muitas pessoas podem se identificar com ele, eu sou uma delas, a razão versus a emoção ou o subjetivismo, enfim, muito boa a inspiração *O* Continue com textos assim sim <3

    Beijos
    Meu outro lado

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  15. Me identifiquei muito neste texto sérinho mesmo xD
    hey Vick! vamos escrever um livro?

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  16. Muito Legal. O tri é que quando o cara lê teu texto se emociona, e personifica a ciência e a filosofia, e fica mais fácil entender essa relação que as duas possuem, onde há momentos que uma pensa que não precisa mais da outra ma logo se reencontram.
    Mas pra mim a relação vai um pouco além e contraria até o que uns professores por aí dizem. Eu acredito que a filosofia e a ciência estão tão conectadas que faria uma metáfora onde são partes de uma mesma pessoa, os diferentes pensamentos dessa pessoa conforme ela vai vivendo.
    A ciência se desenvolveu a partir da filosofia e nada impede que ela venha a adentrar no campo de estudo dela.
    Vou parar de viajar e elogiar, muito bom o texto mesmo! Tá de parabenes. ^^

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