Das quatro vezes que eu fui no cinema esse ano, três foram para ver Os Miseráveis. Falo isso não pra enfatizar como eu amei essa obra prima heh, mas sim para ilustrar a minha necessidade de ver um novo filme no cinema. Como as três sessões para Homem de Ferro 3 estavam lotadas (Porto Alegre é demais!), a única alternativa foi ver a ficção científica Oblivion, que ao que me parece, tem agradado a crítica, mas não o grande público.

Oblivion nos apresenta um futuro pós-apocalíptico, em que a terra foi atacada por uma civilização alienígena e, para ganharem a guerra, os humanos usaram armas nucleares e devastaram o planeta. Nesse futuro, em que a Terra está destruída e a humanidade passa a colonizar Titã, a lua de Saturno, cabe a Jack Harper (Tom Cruise) continuar nesse lugar desolado cuidando da manutenção dos Drones, máquinas de destruição necessárias para o patrulhamento local e para a retirada das águas do oceano e recursos ainda existentes. Em meio a algumas indagações e uma inexplicável saudades do período pré-guerra, visto que Jack Harper perdeu a memória, Jack cumpre sua tarefa tranquilamente ao lado da sua companheira Victória (Andrea Riseborough), até que os Drones acabam matando sobreviventes e a única pessoa que Jack conseguiu salvar foi Julia (Olga Kurylenko), e é então que ele tem a oportunidade de descobrir a verdade não só sobre o seu passado, mas o de toda humanidade.

Em Oblivion, temos uma trama complexa que é bem esclarecida, belos ambientes e efeitos visuais e temos Tom Cruise e Morgan Freeman no elenco. Esses ingredientes, e as homenagens referentes a outros clássicos, seriam suficientes para fazer de Oblivion um bom filme. Mas tem um pequeno problema: Oblivion é chato. A história não é original, a narrativa é lenta e, quando finalmente se desenvolve, as reviravoltas não são surpreendentes e nem impactantes. O excelente Tom Cruise não consegue desenvolver inteiramente o drama que carrega o seu personagem, que precisaria ser bem melhor elaborado para cumprir com excelência a finalidade dele - carregar o filme nas costas. Morgan Freeman tem pouco destaque e a companheira de Jack, Victoria, infelizmente é uma personagem chata, e não há química em nenhum par romântico do filme. Por sinal, desde a primeira cena fica óbvio que Julia se envolveria com o Jack Harper, e a cena de Jack e Victoria na piscina tem um cenário muito bem feito e uma música muito impactante: sem motivo. Aliás, eu sinceramente não entendo o motivo de empregarem tempo e dinheiro na produção desse filme.

Quem é leitor do blog, está acostumado com críticas mais extensas, de três parágrafos bem detalhados. Acontece que não há muito o que falar de Oblivion. A sinopse já nos conta o máximo que pode ser revelado sem spoilers e o filme em si é tão bem feito que nem ao menos serve para criticar e rir dos absurdos normalmente cometidos nessas produções, pois eles não existem. É um filme cauteloso, que não arrisca, mas não faz nada para se consagrar como um bom filme. Oblivion é simplesmente chato, e falo isso como uma apreciadora de cinema e ficção científica. Queria mesmo era ter visto Homem de Ferro.