Não era minha intenção postar mais uma crítica atrasada, mas depois de ter esperado quase três meses para assistir Homem de Ferro 3, acho justo apresentar minha opinião, afinal é um filme bastante estimado, ainda está em cartaz em alguns cinemas e não é nada menos que a quinta maior bilheteria da história.

Homem de Ferro 3 se passa logo após os acontecimentos apocalípticos de Os Vingadores, nos mostrando um Tony Stark amargurado, que não consegue dormir e com crises de ansiedade por causa dos ataques alienígenas do passado. Enquanto isso, um novo terrorista, Mandarim, está promovendo ataques em todo o globo, ameaçando inclusive o presidente americano. Isso não é a maior preocupação do Homem de Ferro, mas chamou a atenção de Tony Stark quando seu amigo Happy Hogan (Jon Favreau) é ferido, e descobrimos que os responsáveis pelos ataques são humanos com super poderes e capacidades regenerativas. A partir daí, Tony declara guerra pessoal ao Mandarim, acaba se afastando da sociedade e tenta fazer o impossível para encontrar o vilão e acabar com o real responsável pelos ataques, que talvez se relacionem com os experimentos de reescrita genética que um estranho admirador sugeriu trabalhar no passado.

Como era de se esperar, o filme tem ótimos efeitos visuais. Para nossa alegria, Tony Stark resolve construir mais de 40 armaduras para o homem de ferro, o que apesar de dar uma grande vantagem em relação aos vilões (que também estão bastante fortalecidos, visto que podem se curar e tem poderes), torna as coisas interessantes. As cenas de ação e destruição são bem feitas, e Robert Downey Jr., bem, é Robert Downey Jr. Tenho quase certeza que as pessoas não gostariam tanto assim do Homem de Ferro se não fosse pelo excelente trabalho do ator. Sendo assim, esse terceiro filme tem boas atuações e ótimos efeitos visuais, mas peca em alguma coisa.

Homem de Ferro 3 é o mais "sobrenatural" dos filmes da franquia. Mesmo que dando um aspecto científico, ver seres humanos com capacidade regenerativa não é algo que estamos acostumados. Isso não me desagradou. Por outro lado, Homem de Ferro 3 é o que mais mostra o lado humano do herói, ou melhor, surpreendentemente mostra um Tony Stark humano e vulnerável. Isso também foi um aspecto positivo, apesar de não tão bem explorado. Há também uma desconstrução do Mandarim como é conhecido na HQs, de forma que neste filme ele age mais como um vilão conceitual. Apesar de isso ter incomodado muitos fãs, isso também não me desagradou. Eu gostei de tudo isso, mas me incomodo com a história manjada da vingança, me incomodo com as piadas e frases de efeito inseridas de cinco em cinco minutos (em uma tentativa falha de imitar esse aspecto positivo de Os Vingadores) e me incomodo quando um filme de ação demora muito a passar.

Homem de Ferro 3 é um filme bom, mas peca quando comparado aos outros filmes da franquia. Aliás, se não fosse a trilogia, duvido que esse fosse um filme a ser considerado: é legal, meio demoradinho, bons efeitos visuais, se torna meio chato em algumas partes e é engraçado, mas não empolga nem chega a ser emocionante. A verdade é que faltou alguma coisa. Talvez tenha faltado mais impacto. Talvez seja o desgaste de uma trilogia de um herói não tão interessante assim. Mas talvez tenha faltado apenas uma música do AC/DC. Quem sabe no próximo.