Apesar de não ser muito religiosa (se fosse, provavelmente não ia gostar muito dos filmes!), acho interessante essa iniciativa de retratar as histórias bíblicas de uma maneira mais popular e acessível, mas melhor ainda quando o resultado vai além da pregação e resulta em um bom filme. É o caso de Êxodus – Deuses e Reis, estrelando Christian Bale e Joel Edgerton como Moisés e Ramsés.
Do mesmo diretor de Gladiador, o filme inicia com a profecia de que um líder seria salvo por alguém que se tornaria um líder: Ramsés, herdeiro do trono do Egito, é salvo por seu irmão Moisés, um guerreiro sensato e muito mais preparado para governar o povo. Infelizmente, depois de uma cena de tensão descobre-se que Moisés é um hebreu, e por isso ele é exilado e passa a viver como pastor. Moisés levou uma vida tranquila até receber um “chamado de Deus” e, pela primeira vez, se preocupar e lutar pelo seu povo, de forma que ele organiza os hebreus e enfrenta seu irmão para acabar com a escravidão no Egito.
Independente de posições religiosas, a temática do filme é interessante e tanto o conflito geral quanto os conflitos internos dos personagens são abordados, visto que Moisés volta-se contra seu próprio irmão em prol de um povo que sofre e a qual pertence, mas nunca considerou realmente como seu. Também acompanhamos como um Moisés cético que não acredita nem mesmo em profecias passa a se entregar a uma fé maior, e torcemos pela libertação dos hebreus. Curiosamente, apesar das atitudes de Ramsés, também agoniamos pelo sofrimento que todo o povo egípcio sofre quando Deus lança suas pragas bíblicas, gerando um questionamento que o próprio antagonista do filme faz.
Como era de se esperar, a história não é tão fiel à Bíblia, visto que nela Moisés é um pastor e no filme, um general. Isso tem irritado alguns religiosos, mas não acredito que tenha prejudicado o filme, que manteve a sua essência. Uma das coisas que reclamam, e que eu achei interessante, é o fato de darem explicações científicas aos acontecimentos, mas mantendo sua origem divina. Na verdade, minhas críticas ao filme se restringem apenas ao título, já que não vi deuses e sim o Deus dos hebreus agir, e ao fato do filme ser muito extenso e ficar cansativo ao apresentar as pragas bíblicas. Também acho que a clássica cena dos hebreus atravessando o mar poderia ser mais impactante, mas no geral, o filme conta com um belo visual e fotografia.
Diferente do tão comparado Noé, o filme Êxodus - Deuses e Reis é um verdadeiro épico bíblico, contando com uma produção e efeitos visuais impecáveis, mas também com um elenco e história a agradar gregos e troianos - ou melhor, egípcios e hebreus.
1 comentários
Eu adorei o filme. A parte das pragas foi muito legal, em especial os rios ficando vermelho. Existe fundamentos históricos que provam que Moises realmente foi um General, e ele não era tão bondoso como o do filme. Antes de sair do Egito ele saqueou as terras levando prata, ouro e mantimentos.
ResponderExcluirSem contar que ele exterminou o povo Hitita antes de chegar a terra prometida.
Você já viu a primeira versão desse filme?
Bjos e boa Disney