Crítica: Quarteto Fantástico (2015)


sábado, 19 de setembro de 2015



Se tem uma coisa que irrita a maioria dos cinéfilos é a mania de criar remakes e reboots - se o filme é ruim, não merece, e se o filme é bom, não há motivos para fazê-lo. É até compreensível regravar um filme antigo, mas um reboot é recebido pior ainda quando feito apenas poucos anos depois do filme original. No caso, o Quarteto Fantástico de 2005 não agradou a todos pelo distanciamento dos quadrinhos (como vocês são chatos!) e seria necessário um novo filme para corrigir os erros, mas é risível que o filme de 2015 seja pior que o primeiro.



Quarteto Fantástico começa com um super-dotado Reed Richards (Milles Teller) apresentando na feira de ciências da escola um projeto que já tinha apresentado o esboço ao amigo Ben (Jamie Bell) ainda quando era criança: uma máquina interdimensional. Deixando de lado Ben e a vida do subúrbio, Reed é levado pelo Dr. Franklin Storm (Reg E. Cathey) para o centro de uma operação científica que busca investigar uma dimensão paralela, junto da também genial Sue Storm (Kate Mara) e posteriormente, do antissocial Victor Von Doom (Toby Kebbell), ambos adolescentes. Após o ingresso inusitado de mais um filho do Dr. Storm, o mecânico Johnny Storm (Michael B. Jordan), o grupo finalmente obtém sucesso e inexplicavelmente convidam Ben para juntos, fazerem uma viagem a outra dimensão, momento no qual adquirem poderes-especiais.



Ao contrário do que todos afirmam, Quarteto Fantástico não é de todo ruim. Na verdade, o filme se desenvolve de forma consideravelmente interessante (apesar de lenta), explicando as motivações dos personagens e os eventos que os levaram a ganhar super poderes. O grande erro é ter sido contada a origem em uma hora de filme para reservar os últimos trinta minutos para a temática 'super-herói', fazendo com que tudo ocorresse de forma desajeitada e rápida demais. Para coroar, a esperada luta final com o Dr. Destino (cuja caracterização é pior que muitos cosplays) teve a duração exata de dez míseros minutos, apresentada no filme de forma descompromissada apenas por obrigação. É inconcebível o desfecho do filme durar apenas dez minutos, incluindo a salvação do mundo e uma cena clichê em que os personagens se denominam 'quarteto fantástico'.



Além do péssimo final ter estragado o filme, Quarteto Fantástico também peca em diversos outros fatores. Para começar, se o objetivo era recriar a história de modo mais fiel, não se justifica a escolha de um ator negro para interpretar o Tocha Humana (visto que, apesar da ideia ser louvável, implica em desfazer os laços de sangue entre ele e Sue) e nem a mudança de personalidade dos personagens, como o antissocial Dr. Destino, cujos poderes fantásticos mostram estar concentrados em um adolescente mimado, antissocial e visivelmente mal aproveitado no longa, assim como Ben e seu dilema tão raso em comparação ao enfrentado no primeiro filme. Ainda, é curiosa a escolha de transformar o Quarteto Fantástico em adolescentes de Q.I avançado, mas certamente o novo quarteto não tem o mesmo carisma dos atores antigos e nem a capacidade de nos entreter por cem minutos.



Sem créditos finais e sem a aparição do Stan Lee, não é a toa que o novo Quarteto Fantástico tenha sido duramente criticado pelo público e pela crítica. Diferente do animado Quarteto Fantástico de 2005, dez anos depois assistimos uma história que peca nas duas extremidades do tempo, arrastando-se por boa parte do roteiro até um final rápido e remendado de qualquer jeito, assim como uma prova que deve ser entrega em cinco minutos faltando dez questões complicadas para serem respondidas. Para o espectador, ficam diversas dúvidas, mas sobretudo fica a decepção com o tão anunciado filme novo de Quarteto Fantástico.

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4 comentários

  1. Até agora com todas resenhas sobre o filme negativas não me animei para ver este filme. Os dois primeiros não me cativaram muito. Tem coisas que é melhor não arriscar né kkk

    Blog Profano Feminino

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  2. Menina, eu amei o parágrafo que abre o post! Acho que as pessoas deveriam ser criativas o suficiente para inventarem as suas próprias histórias, não terem que ficar fazendo remake sobre remake. Eu já não tinha mta vontade de ver este filme, depois da sua crítica então...

    Adorei a forma como vc abordou os pontos de vista!

    Beijos,

    www.algumasobservacoes.com

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  3. Eu não tava com vontade de ver pois não me chamou a atenção e depois da sua resenha minha vontade diminui ainda mais.
    Bjs

    http://achadosdamila.blogspot.com.br/
    https://www.facebook.com/achadosdamila

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  4. Nãaao vi o novo quarteto fantástico, mas morro de vontadee!!

    Beijos, Love is Colorful & Sorteio Lentes para Celular

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